terça-feira, 25 de abril de 2017

Bebé nas compras, uma aventura sobre rodinhas

Deixem-me falar-vos sobre as minhas não idas às compras com o Simãozinho. Isso mesmo, não idas!

Compras no hipermercado

Desde que o Simãozinho nasceu que não vou a um hipermercado com ele, ou melhor, pouco vou sozinha, quanto mais com ele. Nem pensar!
Sou a nova adepta mais fervorosa das compras on line do hipermercado, com entrega ao domicilio. Mas Ana, isso não é mais caro? Podem perguntar! A entrega paga-se sim. O preço varia entre os €4,90 e os €6,90 dependendo das horas de entrega. Tudo o resto fica exactamente ao mesmo preço da loja.
Vantagens? Muitas! Senão reparem: Já contaram o numero de vezes que carregam as vossas compras quando vão vocês buscá-las e numa simples ida? Contei eu, e são 5 a 6 as vezes que carregamos os nossos produtos quando os vamos pessoalmente comprar. Reparem neste exercício: 

1ª Tira da prateleira e coloca no carrinho
2ª Tira do carrinho e coloca no tapete
3ª Tira do tapete e coloca novamente no carrinho 
4ª Tira do carrinho e coloca dentro do porta bagagens 
5ª Tira do porta bagagens e coloca à porta de casa, no meu caso no elevador
6ª Tira do elevador e coloca em casa para arrumar na dispensa
Na entrega ao domicilio saltamos todos os pontos directamente ao nº 6. Fantástico, não?! E as minhas costas agradecem!
Como se isto já não fosse razão suficiente ainda não falei na viagem até ao hipermercado, estacionamento, filas para estacionar, filas nas caixas, etc.
Outra vantagem que encontro: On line só compro o que efectivamente preciso, vejo com maior facilidade as promoções e nunca me esqueço de usar os cupões de desconto porque o próprio sistema me alerta. Conclusão: Gasto menos, acreditem! Compreendo que há quem goste muito de ir às compras, serve-lhes de passeio e tal, não é o meu caso. Não temos mesmo disponibilidade e recuso-me a gastar uma manhã do meu querido fim de semana para compras. Prefiro outros passeios e o meu tempo neste momento é mesmo demasiado precioso para gastar no hipermercado.
Não compro tudo nesta encomenda mensal. Carne, peixe, legumes e frutas e outros frescos vou comprando à semana. TUDO o resto, tudo mesmo, compro de uma só vez.

Compras no Shopping

Só vou a 1 shopping com o Simãozinho. O Oeiras Park, o verdadeiro Shopping amigo dos carrinhos de bebé. As lojas estão em exclusivo (quase todas) no piso térreo.
Tudo o resto, nem pensar! Saio com os nervos em franja! Isto por uma simples razão: A única forma de subirmos dos estacionamentos e dos pisos inferiores é por apenas 2 elevadores. No Cascais Shopping é dramático porque só temos 1 par de elevadores. Os elevadores têm assinalado que são exclusivos para carrinhos de bebés e pessoas com mobilidade reduzida. Alguém respeita??? NINGUÉM! Alguém está lá a certificar-se que respeitam essa directiva??? NINGUÉM! Se calhar nem vocês que estão a ler este texto sabiam dessa exclusividade. 
É desesperante o tempo que estamos à espera de lugar no elevador, apetece-me puxar as pessoas pelo braço cá para fora. Socorro!
Por favor respeitem a partir de hoje e usem as escadas rolantes. Deixem os elevadores para os carrinhos das mães com os seus bebés e para os utilizadores de cadeiras de rodas.
Já pensei alugar as cadeiras que o shopping disponibiliza mas só são apropriadas para bebés mais crescidos, não é o caso do meu. E continuamos sem resolver o problema dos elevadores e do acesso aos pisos superiores.
Não levem os bebés ao Shopping, podem vocês dizer. Obrigadinha! Isso faço eu, ou melhor, não faço. E quando não temos alternativa senão levá-los? E o direito que temos a poder aceder a todos os espaços que estão, pela nossa legislação, preparados para nos receber? 

Amigos das rodinhas

Penso muito nas cadeiras de rodas, aliás, desde que voltei a ser mãe penso muito nisso. Não só nos shoppings e supermercados e lojas onde corredores apertados mal dão para passar uma pessoa quanto mais uma cadeira. Também penso nas cadeiras de rodas quando vou num passeio cheio de obstáculos e buracos onde constantemente tenho de descer com o carrinho para a estrada e depois voltar a subir mais à frente, com todos os perigos que isso implica. Também penso quando vou a lugares onde não há estacionamento reservado para papás com bebés e outras pessoas com mobilidade reduzida, temos de largar o pessoal à entrada e depois ir estacionar, e quando estou sozinha, o que faço? Quem vai estacionar por mim? Ou deixo o miúdo sozinho enquanto o faço? 
Não, definitivamente, este pais e os seus cidadãos não são amigos dos carrinhos de bebés e das cadeiras de rodas... Se isto fosse o Facebook escrevia (a sentir-se triste!)
Enquanto isso, vou passeando onde há espaço e entretanto, ele vai crescer e está aqui, está a não precisar de cadeiras.
Venham outras mamãs e agarrem também esta "luta" que não é só vossa, é  pela cidadania e pelo respeito pelos direitos. É uma luta de TODOS.
Beijinho e obrigada por me lerem!

@ana valido 2017