quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Tirar um peso de cima

Peso e Gravidez

E impossível falar da minha 2ª gravidez sem falar na minha perda de peso.
Perdi 12 quilos desde Março até Setembro altura em que engravidei. Perdi, mas agora eles encontraram-me... mas não vai ser por muito tempo e os motivos foram os melhores!
Fiquei a saber já estava grávida do Simãozinho, que as alterações na minha alimentação e estilo de vida contribuíram grandemente para que engravidasse sem recurso a ajudas. 
Quando engravidei fui várias vezes questionada se o meu filho era resultado da menopausa ou de algum tratamento de fertilidade. Nem um nem outro. Quero aqui ser muito transparente acerca disso. Poderia ser e não vinha mal nenhum ao Mundo por isso, mas não! O meu filho não nasceu por acidente. Foi programado com supervisão médica. Agradeço muito à minha médica GO, Dra. Isabel Grilo, por toda a força e apoio que sempre me deu. Se não fosse ela em Junho a garantir-me que eu reunia todas as condições para gerar um bebé saudável e poderia perfeitamente ter uma gravidez normal, e que ela estaria sempre presente para que tudo corresse bem, e esteve mesmo, eu não teria arriscado a minha vida e a do meu menino.
Também não foi preciso qualquer tratamento de fertilidade, se é verdade que em dada altura fomos considerados um casal infértil, verdade também é que deixámos de o ser, e estamos muito gratos a Deus por isso. Não tenho nada contra os tratamentos de infertilidade simplesmente sempre tive muito receio de os fazer. Admiro muito quem faz, acreditem! Vivi de perto o drama de uma amiga que mês após mês lidava com a frustração e a tristeza de ver o seu sonho adiado. Chorámos muitas vezes juntas. Ela teve de esperar 9 anos pelos seus 2 milagres. Cheguei mesmo a comprar aquele cocktail enorme de hormonas e cai na asneira de ler as bulas... escusado será dizer que não tomei nada. Vi a palavra cancro escrita demasiadas vezes, e recuei. 
Tinha aqui de fazer este parêntesis para vos dizer que a minha perda de peso foi dos melhores factores potenciadores da nossa fertilidade, isto porque o Pedro no ano passado também perdeu peso e a nossa alimentação cá em casa mudou mesmo, para todos.

Comida emocional

Nesta altura, imagino, já todos estão à espera da receita, de uma lista de alimentos proibidos, etc. Seria natural que assim fosse... Peço desculpa se vos desiludo! Terão de esperar mais um pouco porque, primeiro, tenho de vos falar sobre a principal descoberta: A relação entre as emoções e a comida.
Pronto, já revelei o meu segredo: AS EMOÇÕES. A alteração do meu regime alimentar, começou no mesmo dia da campanha da ICMAV 40 dias com Propósito, inspirada no livro do Rick Warren Purpose Driven Life que é, há muito, um best seller de vendas em todo o mundo com mais de 30 milhões de cópias vendidas. Mais do que um livro é um devocional diário para ser feito em grupo e/ou família. Cá em casa por questões de disponibilidade fizemos os 3 em família e foi tremendo. Tenho um diário escrito sobre como semana a semana o devocional me impactou e me ajudou a encontrar o meu propósito na vida. Mas o que tem isto a ver com excesso de peso? Tudo! Porque o meu propósito tem a ver com a minha identidade, com quem eu sou.
Descobri que a minha relação com a comida nunca foi saudável. A comida comigo funciona como um vicio ou uma droga. É o meu refugio, o meu escape. Faz-me sentir confortada e como tal, dá prazer. Não é este o problema de todas as drogas, dar prazer?
Descobri que esse relacionamento disfuncional vem provavelmente da minha infância e do facto de até aos 5 anos ter sido muitas vezes forçada a comer e deixada sozinha à mesa por várias horas. Fez-me crescer a acreditar inconscientemente que comer fazia os outros felizes e parecia que me amavam mais, porque o contrário, não comer, fazia-os ansiosos e preocupados comigo. Isto não foi errado, os meus pais e a minha avó fizeram o melhor que sabiam. Só que hoje sou mãe, tenho um filho que não tarda vai começar a comer de colher e preciso não repetir certos comportamentos que até aqui considerava normais, como aplaudir a menina quando come tudo, fazer uma festa ao prato vazio, deitar foguetes, etc, e mesmo forçá-la a comer. Nunca forcei a Beatriz a comer mas incentivei e premiei, com o Simão, sei que vou melhorar.
Fiz no ano passado o exercício de me recordar todas as alturas da vida em que ganhei excesso de peso, e atenção, não estou a falar de 2 quilos que todos aumentamos nas férias, ou no Natal, não! Estou a falar de oscilações de mais de 10 quilos, vocês sabem do que estou a falar! Percebi que esses aumentos coincidiam com as minhas depressões e com fases de maior ansiedade na minha vida. Ansiedade a mim dá-me muita fome, ou compulsão de comer. Percebi que passava demasiadas horas por dia a pensar no que comer, o que comprar para comer, o que cozinhar para comer. Não era normal nem saudável.
Então, primeiro passo: Porque como? O que me leva a comer descontroladamente? Em que alturas da minha vida aumentei de peso? Que acontecimento importante esteve relacionado com isso? Este é o primeiro grande exercício no difícil caminho da perda de peso, amigos, não são os abdominais, nem as caminhadas o primeiro exercício, de todo! Não podemos começar pela parte física, mas sim pela mental/emocional. Tudo está na nossa mente e na nossa alma. Começar pela parte física e pelas dietas, é um erro porque estamos a começar ao contrário. 
Já agora, eu não acredito em dietas. Dieta é uma alteração temporária do nosso regime alimentar que vai também trazer resultados temporários. Tão óbvio não é?!...Se a dieta é temporária, como queres que os resultados não o sejam? Vamos ser honestos connosco mesmos, queridos. Também não acredito em comida em pacotes de um pó que se dilui em água. Não acho natural! Eu gosto demasiado de saborear os alimentos e de os cozinhar. Tenho TODO o respeito por essa industria de pessoas, técnicos e cientistas que trabalharam anos em fórmulas para emagrecer e que resultam, sem duvida que sim mas, é a minha opinião. Não uso nem aconselho esses métodos porque primeiro não é natural, segundo é temporário.

Comer demasiado, é pecado?

Por ultimo gostaria de partilhar um pensamento: Como cristã também revi se a minha relação com a comida estaria de alguma forma desagradando a Deus, se estaria a pecar cometendo excessos. Percebi que sim! Isto é algo que nunca ouvi pregar em anos, e são muitos, de igreja. Se calhar, fazia falta reflectirmos sobre isso. A relação entre a comida e a nossa espiritualidade. Os novos desafios da sociedade de consumo em que vivemos resultam que temos actualmente todo o tipo de alimentos disponíveis o ano todo. É facil comer em excesso. Eu fiz esse exercício e foi tremendo! Comia realmente mais do que precisava e assim estava a desperdiçar comida e recursos. Mas também percebi que sou amada por Deus, percebi o meu real valor e descobri assim a minha identidade e propósito. Já não preciso de me empanturrar para me sentir confortada. Digo-vos, foi muito doloroso porque no final deste exercício não me reconheci a mim mesma. Chorei muito! Perguntei, e agora?! Sentia-me deformada! 
Iniciei então com muita fé e esperança a minha caminhada na alteração dos meus hábitos. No evangelho de João cap.6 vs 27 diz: "Trabalhai, não pelo alimento que se perde, mas pela comida que permanece para a vida eterna, alimento que o Filho do homem vos dará; pois Deus, o Pai, colocou o seu selo sobre Ele.”
O texto de hoje é longo, mas era muito importante para mim fazer esta partilha. Não foi fácil expor-me mas espero sinceramente que alguém, quem sabe, se identifique e poderá com o meu testemunho começar a ser ajudado neste processo de cura emocional. Começa hoje o teu exercício! Começa por esta reflexão. Começa desde já a trabalhar a tua perda de peso.
Logo mais vou falar, sim, sobre a parte alimentar: exercícios, alimentos que estimulam o metabolismo, formas de cozinhar, etc.
Um excelente dia amigos! Até breve!

1 comentário:

  1. Bom Dia Ana e muito obrigada pela tua partilha. Revi-me totalmante no que diz respeito a relação com a comida. Sei que é emocional e há muito tempo que venho lutando com isso, procurando outras fontes de bem-estar, mas é muito oscilante. A fé em Deus tem feito seus milagres :) mas o teu testemunho agora deu mais um grande impulso na vontade de vencer. Continuação de sucesso e felicidades para toda a familia ok? Beijinhos, és uma benção :)

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