quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Perigo! Grávida nas imediações!

Finalmente, vou falar-vos sobre a minha gravidez de alto risco.
Já agora, na sequência de algumas perguntas que me fizeram, sempre que nos meus textos virem palavras a azul, cliquem nelas porque vão abrir-vos outra pagina na web com informações mais detalhadas, ok?
Por onde começar?! Se calhar pelo principio. Quem determina se é gravidez de alto risco são os nossos médicos e as circunstâncias. Eu sabia que à partida por ter 44 anos seria sempre enquadrada nessa categoria mas, estava pronta para levar uma gravidez normal e fazer a vida normal até ao fim da gestação.
Nada mais errado! Fui logo proibida de fazer viagens longas de automóvel e de autocarro. A minha equipa de trabalho tinha ganho um Teambuilding em Espanha e eu fiquei logo apeada! Nessa altura tive um pico de tensão arterial de 16/6 que deixou-me de sobreaviso e a controlar a tensão diáriamente. Já estávamos a começar mal! Eu não estava era preparada para o que se seguiria. 
Os sintomas eram familiares, a sensação de pânico também e aquele aperto no peito que empurrava as lágrimas a cair pelo rosto abaixo. Às 9 semanas e 1 dia recorria ao Hospital e diagnosticavam um pequeno descolamento na placenta de 7mm. O meu bebé estava vivo e pude ouvir o seu coraçãozinho, isso fez-me sair mais tranquila do Hospital. Começava o repouso forçado. A minha estrelinha, como comecei a chamar-lhe, estava a lutar pela vida. "agarra-te à mamã, estrelinha! Não vás embora, por favor!".
Mas as complicações não se ficaram por aqui. O descolamento aumentou ligeiramente e pouco depois ficámos a saber que o meu filho não estava sozinho no útero. Tinha um mioma, maior do que ele, a fazer-lhe companhia. Como se isso não bastasse as pequenas hemorragias continuavam. Em Dezembro, com 12 semanas estava a fazer o Rastreio Combinado. Esta ecografia foi um misto de emoções. Eu estava muito ansiosa antes, aliás, sempre que fazia uma ecografia um medo apoderava-se de mim. O medo de não ouvir um coração a bater. Aos 44 anos, sabem, já vivemos um pedaço e conhecemos muitas histórias que não acabaram bem. Não é fácil manter o animo, acreditem! Por um lado vi durante 35 minutos, pormenores e detalhes do meu bebé que nunca imaginava ver tão cedo. Era lindo e dava saltinhos... tão querido! Tinha o Pedro e a Beatriz comigo a partilharem este momento mágico em que o Dr. nos assegurava que estava tudo fantástico que ele era perfeito, sim! tudo indicava que era um ele! Explicou-nos em grande pormenor todas as características e dados e medições que procurava. Essencialmente procurava mal formações, trissomias, etc. Não havia sinais de descolamento o que me fez sossegar imenso, no entanto, a ecografia foi muito dolorosa e voltei a sangrar.

Guardei como um tesouro a primeira foto do meu menino que vos mostro, e lá fomos para casa ver e rever o video.
Outra agravante do meu estado era o meu tipo de sangue ser O Rh negativo e o meu bebé ser positivo, o que aconteceu. Este foi um dos motivos pelo qual não quisemos fazer a amniocentese. Havia um risco acrescido de abortar. Felizmente tanto a minha médica como o Dr. Carlos Silva que me fez as 3 ecografias, aceitaram e compreenderam os nossos motivos, não sem antes nos explicarem muito bem as vantagens, obviamente, mas foram muito compreensivos e não me stressaram. Tínhamos outra opção não invasiva que era o teste Harmony. Também optámos por não fazer este, embora não o considere uma opção, na minha opinião é um complemento a ter muito em conta. Quem puder fazer, faça-o.
Semanas depois de fazer o Rastreio Combinado recebo um mail da minha médica para lhe ligar pois já tinha o resultado do exame. Fiquei nervosíssima! Sem motivo afinal porque a médica estava era muito contente com os resultados que tinham sido muito, mas muito acima dos esperados para a minha idade e circunstâncias. Eu não tinha, inclusive, indicação para fazer a amniocentese.
Deus é bom! Dias antes estava a ler a bíblia e chorava pois a hemorragia ia e vinha. Deparei-me com um texto: Era em Marcos 5 Vs 25-34 sobre a mulher que sofria de hemorragias crónicas e que fora curada ao tocar nas vestes de Jesus. O meu coração disparou nesse instante: Jesus, oro tanto para que me toques e cures esta hemorragia, mas aqui foi ela que te tocou, com fé! Tu estás sempre comigo, se eu te tocar assim, com fé nem sequer em Ti mas como que ao de leve nas tuas vestes, Tu podes, eu acredito!... E foi assim que, às 13 semanas, deixei de perder sangue. Soube na hora que fora Ele porque no mesmo momento o incómodo que sentia na barriga desapareceu! A minha estrelinha crescia agora, segura na barriga da mamã!
Falei muito aqui sobre o risco físico mais tarde falarei também na parte emocional que foi muito, muito dura! Fui aconselhada a manter-me em casa até ao fim e era importante que esta gravidez chegasse mesmo ao fim. Quando os sintomas melhoraram e eu finalmente já podia dar uma caminhada ligeira, sair de casa e fazer pequenas viagens de carro, já estava demasiado cansada, devido não só ao peso mas aos meses de inércia que me debilitaram muito. Agora tudo era feito com muito esforço e as noites eram um tormento! 
Uma palavra para o meu quiroprático Dr. Theo Koenen da Viver Quiroprática que me ajudou sobremaneira, primeiro 1 vez por mês e por ultimo de 15 em 15 dias. Os seus ajustamentos foram essenciais para o meu bem estar e do meu bebé, que deu inclusive a volta ficando na posição cefálica, após um ajustamento. 
Decidi, a conselho da minha médica, optar por outra cesariana. Era arriscado esperar que a natureza seguisse o seu curso. O parto não podia ser provocado e não sabíamos exactamente onde estava o mioma. Fiquei tranquila com esta decisão pois senti que o parto estava sob controle. Não era o que eu mais gostava para mim pois a recuperação de uma cesariana é horrível e muito mais demorada. Só quem passa por isso entende o doloroso que é cuidar de um recém nascido passando por um pós-operatório ao mesmo tempo. Mas era o menos arriscado para o bebé e ele estava sempre primeiro. 


Foi no Hospital da Luz Saúde que dia 8 de Junho nascia a minha estrelinha, eu estava consciente com uma epidural e com o Pedro do meu lado, o que não me valeu de muito amigos pois, o meu marido até o bebé nascer estava concentrado e fascinado com as minhas entranhas e com o trabalho das 2 médicas, depois do Simão nascer... eu fiquei misteriosamente invisível no Bloco de partos...
Até breve!...



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